A Bahia, estado do ministro da casa-civil Rui Costa, ocupa o segundo lugar no pagamentos de emendas solicitadas em 2023. Como mostrou o Metrópoles, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “abriu a torneira” para o pagamento de solicitações após uma série de derrotas e entraves enfrentados no Congresso Nacional, especialmente na Câmara dos Deputados.
Neste ano, a Bahia soma R$ 318,9 millhões de emendas já pagas, número próximo ao de Minas Gerais, que recebeu o pagamento de R$ 319,8 milhões e lidera o ranking dos estados. São Paulo, estado com a maior população e com maior número de deputados federais, está em terceiro lugar, com R$ 277,6 milhões. Juntos, esses três estados representam o destino de 37,53% das emendas pagas.
Esses pagamentos são referentes a indicações feitas para emendas individuais, de bancada estadual (RP-7) e de comissão (RP-8). Na Bahia, quem mais foi contemplado com emendas pagas é Jaques Wagner (PT), líder do governo no Senado, com R$ 22,5 milhões. Em seguida, aparecem: o senador Angelo Coronel (PSD), com R$ 18 milhões; Mário Negromonte Júnior (PP), com R$ 14,9 milhões; e Otto Alencar Filho (PSD), com R$ 14,5 milhões.
O pagamento das emendas destinadas à Bahia concentram-se na área de saúde: R$ 235,5 milhões (73,83%) para a atenção básica e R$ 83,3 milhões (26,13%) para a assistência hospitalar e ambulatorial. A agricultura recebeu R$ 107,2 mil (0,03% do total) para ações ligadas à promoção da atividade agropecuária e o meio ambiente recebeu apenas R$ 1,2 mil, para políticas voltadas a recursos hídricos.
Além de Rui Costa, Lula tem outros aliados na Bahia. Um deles é o próprio governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT). Desde o início do seu mandato, o terceiro como presidente da República, o mandatário visitou o estado pelo menos cinco vezes.
Pagamento de emendas Após meses segurando o pagamento de emendas, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “abriu a torneira” e liberou R$ 2,4 bilhões no início de junho. A soma dos pagamentos de março, abril e maio não ultrapassou R$ 27 milhões. Os dados foram acessados pelo Metrópoles por meio da plataforma Siga Brasil, que lista os gastos orçamentários da gestão federal.
A liberação das emendas parlamentares é uma das principais demandas das lideranças do Congresso Nacional, principalmente da Câmara dos Deputados, onde o governo Lula enfrentou maus momentos. A gestão petista correu o risco — já superado — até de perder a estrutura de ministérios definida pelo presidente no início do seu mandato.
As verbas foram pagas em meio ao tensionamento e rumores de reforma ministerial para atender às demandas de partidos do chamado “centrão”, principalmente o União Brasil. Em reunião com ministros no dia 15/6, Lula cobrou melhor atendimento e rapidez no cumprimento das promessas feitas aos parlamentares.