O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) afirmou, durante uma entrevista publicada nesta sexta-feira (22), que nunca discutiu um plano para matar autoridades. Segundo Bolsonaro, ele jamais discutiu um plano para matar alguém.
A declaração à Revista Veja se deu após a Polícia Federal (PF) ter revelado, na última terça-feira (19), um plano de militares próximos ao seu governo para matar o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o seu vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Lá na Presidência havia mais ou menos 3.000 pessoas naquele prédio. Se um cara bola um negócio qualquer, o que eu tenho a ver com isso? Discutir comigo um plano para matar alguém, isso nunca aconteceu”, afirmou o presidente à revista.
O ex-presidente afirmou também que jamais endossaria nenhum plano de golpe de Estado. “Eu jamais compactuaria com qualquer plano para dar um golpe. Quando falavam comigo, era sempre apra usar o estado de sítio, algo constitucional, que dependeria do aval do Congresso”.
O argumento de Bolsonaro é de que ele não tentou dar um golpe de Estado porque estaria agindo conforme a constituição. Entre os documentos apreendidos pela Polícia Federal, estariam rascunhos de decretos que o então presidente assinaria para evitar a posse de Lula, através de medidas de exceção, como o estado de defesa ou o estado de sítio.
Como estas medidas estão previstas na constituição e necessitariam de aval do congresso para procederem, Bolsonaro afirma que não tentou aplicar um golpe de Estado.
Além destas polêmicas declarações, o ex-presidente ainda criticou Alexandre de Moraes após ter sido indiciado pela PF. “Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, afirmou Bolsonaro.