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Bruno Monteiro assume a Secult e diz que dará espaço ‘do erudito aos paredões’

A realização do Carnaval 2023 e a execução da Lei Paulo Gustavo são as prioridades do novo secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro. A transmissão do cargo de Aracy Santana a Bruno ocorreu nessa sexta-feira (6), em um Teatro Castro Alves lotado e com a presença de políticos e da classe artística baiana, como a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o cantor Caetano Veloso, o vocalista da banda Baiana System, Russo Passapusso, o grupo Filhos de Gandhy e o Cortejo Afro.

Às 16h05, o jornalista que coordenou a campanha do PT na Bahia e já trabalhou como assessor de Jacques Wagner e Chefe de Gabinete em dois Ministérios no governo de Dilma Rousseff, Bruno Monteiro, fez o primeiro pronunciamento à imprensa, em entrevista coletiva no vão do TCA. Ele aproveitou a oportunidade para informar que a Secult-BA continuará o legado da secretária Arany Santana, mas ousará mais no setor, dando espaço para manifestações artísticas que vão desde o erudito aos paredões. Em seguida, pontuou as prioridades que dará nos primeiros meses a frente do cargo.

“A gente tem o cuidado com o Carnaval, já que compete ao Estado garantir a realização de um bom Carnaval. Ainda mais depois dessa espera de dois anos e garantir a execução da Lei Paulo Gustavo ainda no primeiro trimestre”, afirmou o novo secretário.

Bruno Monteiro ainda disse que está em sintonia com a ministra da Cultura, Margareth Menezes. “Como eu já falei pra ela, a Bahia está presente nesse momento. A gente vai fazer parte desse esforço de reconstrução”.

Marcelo Lemos, novo Chefe do Gabinete da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA), Renata Dias, nova Superintendente de Promoção de Cultura do Estado, e Pitti Canelas, nova diretora da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), foram apresentados pelo secretário e também conversaram com a imprensa. Eles foram nomeados para os respectivos cargos por Jerônimo Rodrigues. A escolha foi publicada no Diário Oficial da Bahia na edição desta sexta-feira.

Antes do início da cerimônia, João Jorge, ex-diretor do Olodum e atual chefe da Fundação Palmares, estava presente no TCA e falou sobre a responsabilidade do novo cargo, ressaltou a importância do Olodum para sua experiência e afirmou que trabalhará em prol da cultura negra e popular. Ele ainda definiu suas primeiras metas na nova função.

“A prioridade será cuidar do espaço, reorganizar o sistema da Fundação Palmares, colocar inúmeros personagens na cena de novo, [trazer] uma política nova em relação a juventude. É um desafio enorme. Terá representação de todos os estados, mas devemos priorizar também a juventude e as mulheres negras”, frisou.

Caetano Veloso acompanhou a cerimônia de transmissão de cargo da Secult-BA (Foto: Paula Fróes/CORREIO)

Nos minutos que precederam o início da cerimônia, Caetano Veloso e a esposa Paula Lavigne chegaram no salão principal do teatro. Em breve fala à imprensa, o cantor destacou a representação da Bahia na figura da ministra Margareth Menezes. “Eu acho que ela é a figura que representa bem a Bahia e canta bem há muitos anos”. Quanto a nomeação de Bruno Monteiro como secretário da Secult-BA, Caetano lembrou que o secretário já trabalhou com ele. “Eu confio nele, ele trabalhou comigo e achei um sujeito direito, muito produtivo. Acho que vai ser bom”, opinou.

Por volta de 17h30, os Filhos de Gandhy desceram a escadaria do salão principal do Teatro Castro Alves e deram início à cerimônia. Após a execução do Hino Nacional e do Hino da Independência da Bahia, Koanza, personagem do artista Sulivã Bispo, subiu ao palco para reverenciar e chamar Arany Santana ao palco.

Arany começou seu discurso agradecendo a Rui Costa, Jerônimo Rodrigues e Jacques Wagner pelo trabalho conjunto. Depois, afirmou que passa o cargo a Bruno Monteiro em um cenário diferente, no qual a cultura é também uma força econômica.

“Agora há alinhamento com o Governo Federal, requalificações de centros de cultura a serem entregues, gestões municipais motivadas, a experiência da Lei Aldir Blanc e a expectativa da chegada da Lei Paulo Gustavo. Deixo um solo fértil e a melhor das vibrações para a nova gestão”, finalizou.

Em seguida, foi a vez de Bruno Monteiro discursar para o público presente no TCA. Ele também começou agradecendo ao governador Jerônimo Rodrigues e outras autoridades presentes, depois minimizou sua origem gaúcha declarando-se um baiano de sentimento, e citou os feitos de outras personalidades vindas de outros estados na Bahia. 

Para a Secretaria, Bruno afirmou que fará o resgate da cultura, prometeu alinhamento com o Governo Federal e o investimento em diversos segmentos culturais. Ainda, anunciou a criação da Associação de Cidades Históricas e Bens Tombados do Estado da Bahia, o Centro de Documentação e Memória para o Recôncavo Baiano e da empresa pública de audiovisual da Bahia. 

Arany Santana e Bruno Monteiro ficaram lado a lado no momento da transmissão de cargo (Foto: Paula Fróes/CORREIO)

Depois dos discursos, a transmissão de cargo para Bruno Monteiro foi feito por Arany Santana, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues. Em sequência, o Cortejo Afro e o Balé Folclórico se apresentaram em comemoração ao ato.

No palco, o governador Jerônimo Rodrigues convidou Arany para ser a nova comandante da Ouvidoria do Estado, que aceitou de imediato. Em um discurso de 10 minutos, o governador salientou que terá orçamento para a cultura e diálogo para colocar as minorias representativas no centro das manifestações de cultura. Ele ainda demonstrou apoio a Margareth Menezes.

“Nós aqui da Bahia, não vamos mandar apenas boas energias. Você poderá contar com o que precisar para produzir conhecimento”, disse o governador à ministra da Cultura.

Ministra da Cultura, Margareth Menezes finalizou a cerimônia com um discurso breve (Foto: Larissa Almeida/CORREIO)

Presente na cerimônia só às 19h10 em virtude do atraso no voo para Salvador, a ministra da Cultura finalizou a cerimônia, sendo a última a discursar. Ela afirmou que ainda está se adaptando ao novo cargo, mas já definiu suas prioridades.

“O primeiro desafio é a remontagem do Ministério da Cultura, que é muito, mas nós vamos conseguir”, garantiu Margareth Menezes.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela

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