O clima esquentou na reunião entre Lula, Eduardo Paes e o presidente da Caixa, Carlos Vieira, na tarde desta terça-feira (27/8), no Palácio do Planalto. O assunto era o estádio do Flamengo. Paes queria evitar a judicialização da desapropriação do terreno no Gasômetro para a construção do estádio do Flamengo, feita pela prefeitura.
O caldo entornou quando, diante de um advogado-geral da União, Jorge Messias, e de uma ministra da Gestão, Esther Dweck, mais abertos a uma flexibilização por parte do governo, o presidente da Caixa seguia irredutível e pouco aberto a ceder, apontando supostas inconsistências no projeto.
Paes argumentou que aquela era uma postura pouco justa com o que Paes era para a prefeitura. O prefeito apontou que o maior lucro da história do FI-FGTS foi por ação da prefeitura, com medidas como o perdão de um crédito a receber, a ampliação do perímetro do Porto Maravilha até São Cristóvão, na Zona Norte, entre outras.
O presidente da Caixa insistia que nada disso era suficiente para fazer frente ao prejuízo que o banco teria com o projeto. Paes escalou mais um pouco e, alteando o tom de voz, disse que, se não estivessem satisfeitos com o acordo, ele podia mandar um projeto para a Câmara de Vereadores desfazer tudo, o que implicaria em grande perda para a Caixa.
Alguns presentes começaram com “Calma, prefeito”, mas Paes decidiu subiu mais a temperatura: “Vocês estão me tratando como inimigo. A Caixa está sendo desrespeitosa. Não é justo fazer isso diante do que o Rio representa pra Caixa e pro governo federal”, afirmou.
A fala pesou. Lula, que já estava inclinado a ceder, deu sinal verde para uma nova rodada de negociação, que acontecerá na quinta-feira. A expectativa é que, em mais algumas conversas, a Caixa vai jogar a toalha.
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