O atual cenário de chuvas e cheias no Rio Grande do Sul resultou em mais de 580 mil pessoas desalojadas. Embora os homens sejam a maioria entre as vítimas, mulheres e crianças enfrentam grandes dificuldades e vulnerabilidades, necessitando de suporte adequado para enfrentar a crise humanitária.
Nas últimas semanas, o Ministério das Mulheres recebeu denúncias de abusos a meninas e mulheres em abrigos no RS. Há ainda relatos de vítimas abandonadas por seus parceiros e enfrentando desconforto ao usar os banheiros ou dormir. Mesmo em meio a um desastre, a segurança das mulheres não está garantida.
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Região Metropolitana de Porto Alegre LAURO ALVES/SECOM
Ação do Corpo de Bombeiros no bairro Mathias Velho em Canoas
Ação do Corpo de Bombeiros no bairro Mathias Velho, em Canoas Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
Ação do Corpo de Bombeiros no bairro Mathias Velho em Canoa
Corpo de Bombeiros navega em bote no bairro Mathias Velho, em Canoas Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
2 Ação do Corpo de Bombeiros no bairro Mathias Velho em Canoas
Corpo de Bombeiros abre paredes para acessar pavimento submerso pela água no bairro Mathias Velho, em Canoas Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
Ação do Corpo de Bombeiros no bairro Mathias Velho em Canoas
Corpo de Bombeiros no bairro Mathias Velho, em Canoas Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
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Pessoas buscam abrigo em cima de pontes na Região Metropolitana de Porto Alegre LAURO ALVES/SECOM
Ação do Corpo de Bombeiros no bairro Mathias Velho em Canoas
Posto de gasolina fica submerso no bairro Mathias Velho, em Canoas Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
Parque submerso
Parque de diversões no bairro Mathias Velho, em Canoas Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
Ação do Corpo de Bombeiros no bairro Mathias Velho em Canoas22
Corpo de Bombeiros navega em bote no bairro Mathias Velho, em Canoas Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
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Operação de resgate com o helicóptero do Corpo de Bombeiros na Região Metropolitana de Porto Alegre LAURO ALVES/SECOM
Mathias Velho em Canoas
Muito lixo é arrastado por causa das chuvas no bairro Mathias Velho, em Canoas Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
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Mathias Velho, em Canoas Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
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Casas submersas na Região Metropolitana de Porto Alegre LAURO ALVES/SECOM
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Operação de resgate com o helicóptero do Corpo de Bombeiros na Região Metropolitana de Porto Alegre LAURO ALVES/SECOM
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Ônibus e carros ainda estão submersos na Região Metropolitana de Porto Alegre LAURO ALVES/SECOM
Para tentar contornar a situação, algumas mulheres se uniram a fim de ajudar as vítimas dessas violências. Uma delas é a advogada de Canoas (RS) Marianne Calixto que, com outras voluntárias, fundou o primeiro abrigo exclusivo para mulheres e crianças.
“Quando começaram a surgir relatos de abusos nos abrigos, não vi outra forma de trabalhar a prevenção. É muito gratificante ouvir o quão seguras elas se sentem no nosso abrigo. Nosso papel é oferecer privacidade e tranquilidade”, conta Marianne ao Metrópoles.
Segundo a advogada, é preciso que as mulheres se unam para ajudar umas às outras. “Nós sabemos o que sofremos e em quais situações estamos em risco. As mulheres precisam trabalhar juntas nessas pautas tão sensíveis, somos potência quando nos unimos”, afirma.
Marianne Calixto em meio às cheias no RS Primeiro abrigo Antes de colocar em prática o primeiro abrigo exclusivo para mulheres e crianças de Canoas, Marianne entrou em contato com a ex-BBB Marcela Mc Gowan, que trabalhou como voluntária em um dos hospitais da cidade. Ela também teve acesso aos casos de abuso e se uniu à causa. O abrigo nasceu no dia 8 e, em dois dias, já havia atingido a lotação máxima, de 60 pessoas.
Abrigo para vítimas das enchentes em Porto Alegre O alojamento funciona com o apoio do Instituto Survivor, idealizado pela influenciadora Duda Reis e advogada Izabella Borges, e da ONG #MeTooBrasil, fundada por Marina Ganzarolli. As instituições atuam na prevenção e acolhimento de mulheres em situação de violência doméstica, assédio e abuso sexual.
“Além dos relatos, a gente observou diversas mães solos e famílias monoparentais femininas com crianças que poderiam estar em abrigos exclusivos. Naquele momento, não tinha nenhuma iniciativa nesse sentido, então a gente lançou uma campanha e, logo em cima, veio a criação do abrigo”, diz Ganzarolli.
Parcerias Segundo Mariana, outros abrigos exclusivos foram fundados no RS. A parceria entre o Instituto Survival e #MeTooBrasil, por exemplo, fez com que Novo Hamburgo também recebesse um alojamento para mulheres.
“Estruturamos outro abrigo em Novo Hamburgo — esse 100% operação do Instituto Survival e #MeTooBrasil. Trata-se de um abrigo que está 100% em funcionamento, com cerca de 50 mulheres e crianças. Nós que estamos por trás desse projeto”, conta.
Para Mariana, é necessário garantir que essas mulheres e crianças tenham acolhimento qualificado por um período que se estenda a essa resposta de emergência. “Esse é o ponto que estamos trabalhando agora com o projeto SOS Mulheres e Crianças Rio Grande do Sul”, emenda.
A união faz a força Marianne não é a única atuando na linha de frente dessa causa. Carla Zanella, coordenadora do coletivo Emancipa Mulher, também tem contribuído ativamente para socorrer a população, oferecendo o suporte necessário às mulheres e crianças afetadas.
Além de receberem doações em espaços físicos do projeto, a organização também aceita contribuições financeiras via chaves PIX. Segundo a socióloga, o projeto está trabalhando em muitas frentes, como distribuição de absorventes, alimentos e roupas, visitas a abrigos e criações de campanhas.
Voluntárias do Emancipa Mulher “Além das violências que ocorrem durante esses momentos, elas também são as mais responsáveis com o trabalho do cuidado e, agora, pelas organizações dos espaços. Então, a gente atua em diversas áreas, não só recebendo doações, como visitando abrigos femininos para saber das principais demandas”, comenta.
Protocolo Carla conta ao portal que o coletivo também foi um dos responsáveis pela organização e criação de um protocolo e recebimento de denúncias de violências em abrigos no RS. A ideia é oferecer um espaço para as vítimas, além de estabelecer diretrizes e uniformizar o funcionamento dos abrigos.
“Participamos ativamente da campanha de organização do protocolo e fomos uma das primeiras organizações que identificou a necessidade de ações como essa. Assim, os abrigos saibam como agir diante dessas situações”, afirma a ativista.
O documento prevê o atendimento multidisciplinar com profissionais de várias áreas. Outra questão é sobre o acolhimento, que deverá garantir ‘‘a existência de serviços de abrigos exclusivos para mulheres e seus filhos, com equipe de profissionais exclusivamente mulheres.’’
Veja como ajudar Instituto Survivor
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PIX: 49.437.173/0001-60
#MeTooBrasil
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Telefone: 0800-020-2806
Emancipa Mulher
Instagram: @emancipamulher
PIX: [email protected] (em nome de Carla Zanella)