A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, celebrou, nesta quarta-feira (13/12), a inclusão de medidas para a redução do uso de combustível fóssil no Balanço Global, principal declaração da COP28, e cobrou que os países ricos liderem a redução do uso de petróleo, carvão e gás como fontes de energia.
Em pronunciamento após a conferência, a chefe da delegação brasileira na conferência do clima afirmou que o “Brasil trabalhou até o último minuto para que ficasse muito claro que os países desenvolvidos deveriam tomar essa dianteira”.
A cúpula climática em Dubai, aprovou nesta quarta-feira um acordo que, pela primeira vez, indica a obrigação de países abandonarem o uso de combustíveis fósseis. No texto, esse seria o primeiro modo para que as alterações climáticas tenham efeitos piores.
“Os combustíveis fósseis nunca tinham entrado [em um texto da COP] da forma como entraram agora, e isso com certeza é uma conquista de todo o trabalho feito ao longo de todos esses anos mas sobretudo de desconsiderar aquilo que diz a ciência”, declarou a ministra em coletiva de imprensa.
De acordo com ela, trata-se de uma “forte sinalização para governos e empresas de que esse tema passa a fazer parte dos compromissos assumidos por todos numa trajetória de transição para o fim do uso de combustíveis fósseis”.
A escolha de Dubai, nos Emirados Árabes, para sediar a reunião colocou em foco a exploração de petróleo e o uso de combustíveis fósseis — a principal causa das mudanças climáticas.
Realizar uma conferência ambiental naquele país, que é um dos 10 maiores produtores de petróleo no mundo, evidenciou o alerta para a urgência da transição para fontes de energia renováveis.
A proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de reposicionar a liderança do Brasil na agenda ambiental durante a passagem dele pela cúpula, nesse fim de semana, acabou ofuscada pelo anúncio de adesão do país à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+).