A defesa de Daniel Alves aposta no bom comportamento do jogador para garantir sua liberdade. No recurso enviado à Justiça da Catalunha na última segunda-feira (30), os advogados – chefiados por Cristóbal Martell – tentam demonstrar que, se solto, o lateral não será uma ameaça às investigações.
As informações são do site UOL. No documento de 24 páginas, a defesa assegura que o brasileiro não terá qualquer contato com a jovem de 23 anos que o acusa agressão sexual. Daniel Alves cumpriria uma ordem de restrição, e teria que manter uma distância de 500 metros da mulher.
Os advogados também querem provar que o lateral não iria fugir para o Brasil. A equipe do brasileiro afirma que ele “tem conexões pessoais, familiares, sociais e empresariais” em Barcelona. No texto, há também o argumento que o lateral não tem mais contrato de trabalho no exterior, já que o vínculo com o Pumas, clube do México, foi encerrado.
Daniel Alves também se compromete a uma série de ações cautelares, como apresentar-se pessoalmente às autoridades em um local escolhido pela Justiça – inclusive diariamente, se necessário – e usar pulseira eletrônica para monitorar sua localização.
Outras medidas apresentadas no recurso, de acordo com o UOL, são a entrega dos passaportes (brasileiro e espanhol) de Daniel Alves, além de notificação às autoridades sobre toda e qualquer mudança de endereço por parte do jogador.
O documento ainda enumera casos julgados em Barcelona nos quais a prova de residência e vínculos com empresas na cidade, aliados a ações cautelares, foram suficientes para descartar o risco de fuga.
A defesa propõe também o pagamento de uma fiança. O valor não foi estipulado no documento.
Segundo o UOL, o recurso reitera o bom comportamento de Daniel Alves em sua carreira. Os advogados usam como argumento a conduta do lateral, que “sabia qual era a unidade policial que o investigava (uma unidade que investiga crimes sexuais), e mesmo assim se apresentou voluntariamente”. Na ocasião, o baiano foi detido e, posteriormente, preso preventivamente por ordem judicial. Ele está recluso desde o dia 20 de janeiro.
De acordo com a defesa, esse comportamento no início da investigação é um indício de que Daniel Alves permaneceria na Espanha. “O risco de fuga, portanto, não existe, já que ele se apresentou quando foi chamado”.
Em reportagem desta quarta-feira (1º), o jornal catalão La Vanguardia também traz detalhes do recurso. A defesa do jogador contesta alguns trechos do depoimento da vítima, citando imagens de câmeras de segurança. Elas mostrariam que o lateral entra no banheiro, onde teria ocorrido o estupro, dois minutos antes da vítima.