A rainha do mar pediu e foi atendida. Às 5 horas da manhã deste 2 de fevereiro, o presente de Iemanjá chegou a orla do Rio Vermelho. Ao som de batuques e cheiro de alfazema, os devotos de Iemanjá já formavam fila nas primeiras horas do dia para levar suas oferendas à orixá, nos balaios do Barracão ou direto no mar. Depois de 40 anos, o terreiro Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó, conhecido como Casa de Oxumarê, foi o escolhido para elaborar o presente.
Para que tudo pudesse ser preparado, um jogo de búzios (ifá) feito há alguns meses no terreiro indicou como a oferenda deveria ser feita. Neste ano, uma grande coroa ecológica é o destaque principal. Até o final da tarde, os devotos poderão depositar suas oferendas na casa de Iemanjá e o presente sairá às 16 horas para o mar
(Foto: Maysa Polcri) |
No Barracão, quem ficar na fila para depositar suas flores nos balaios não enfrenta tanta demora nas primeiras horas da manhã. Eliana Rodrigues, 63, chegou cedo no Rio Vermelho para prestar homenagens à orixá. Poucas horas antes de iniciar sua jornada de trabalho, às 9 horas, ficou na fila cerca de 20 minutos.
“Eu vou trabalhar ainda hoje, mas não poderia deixar de vir. Frequento a festa há muitos anos e, quando não venho, a sensação é de que meu ano não começou”, disse. Ela aproveitou ainda para levar a vizinha gaúcha, Natália Veiga, 37.
Apesar de morar há cinco anos em Salvador, Natália nunca tinha frequentado a festa. “Eu sabia que era cheio, mas não imaginava que era tanta gente tão cedo”, contou.