InícioNotíciasPolíticaGrafite em muro de escola da Asa Sul deixa mãe incomodada. Entenda

Grafite em muro de escola da Asa Sul deixa mãe incomodada. Entenda

Um grafite na W3 tem causado incômodo a uma mãe de estudantes na Escola Classe da quadra 308 da Asa Sul.  Ela chegou a abrir um processo nesta quinta-feira (25/5) na ouvidoria do Governo do Distrito Federal questionando a imagem no muro. Para a mulher, o desenho de uma adolescente segurando uma faca pode passar a imagem de automutilação.

No desenho, uma jovem segura uma faca próxima ao corpo. Nos braços tem imagens de cortes e flores. A mãe destaca que o semblante da moça teria aspecto de tristeza. Para a mãe, as imagens são consideradas problemáticas, já que podem levar à interpretação de que a personagem da obra teria se cortado de propósito.

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Artista afirma que obra tinha objetivo de transformar o negativo em algo positivoImagem cedida ao Metrópoles

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Grafiteira justifica que a ideia é transforma machucados em floresImagem cedida ao Metrópoles

“Crianças são objetivas. O olhar delas é mais simples e desprovido de sentimentos. Minha filha de 5 anos viu uma garota com a faca no pescoço”, alegou a mãe. “Hoje, o mundo é cheio de pessoas que se cortam, em depressão, que querem se matar. Precisa ter um olhar mais apurado com a mensagem pública que se quer passar”, justifica.

A artista responsável pela pintura, conhecida como Camila Siren, nega essa intenção. Segundo a grafiteira, a ideia do desenho é ressignificar uma situação ruim em algo bom. “A ideia que tive na época para esse mural foi esse “ser feminino gigante”, transformando algo negativo, ou seja um machucado, e revidando com coisas positivas, por isso as flores saindo dela e a mão as oferecendo.

Camila destaca que o mural foi pintado em 2017, quando ela estava começando a desenvolver o traço artístico. “Realizei essa colaboração na pintura ainda no início da minha carreira e tinha uma identidade de desenhar mulheres fortes com flores ‘saindo’ delas”, destaca.

“Uma arte pública está sujeita a muitas visões, mas fico constrangida por esse tipo de interpretação e acredito que pela minha limitação de técnica na época, não consegui deixar a mensagem positiva mais clara”, defende.

Polêmica A mãe contou que sempre passava pelo grafite e sentia um incômodo. Segundo ela, teria questionado outras pessoas sobre a imagem e também a interpretaram como uma jovem em depressão. “Para deixar claro, não se questiona a artista nem a arte, mas a exposição sem proteção”, alega.

“Ainda sim, é sabido que outras pessoas possam interpretar como a força da mulher e de milhares de outras formas. No entanto, esse tipo de arte deve estar reclusa a um ambiente em que se tenha limite de idade para adentrar”, reforça

A artista Camila disse que já teve vontade de refazer a obra, mas há uma limitação por se tratar de um prédio público. “Não consigo fazer uma renovação com a minha identidade e técnica atual, por ser uma área pública que demanda edital, aprovação, etapas de projeto e etc, como foi na última revitalização que fui convidada junto a outros artistas”.

O Metrópoles questionou o GDF sobre a manifestação da ouvidoria e o que poderia ser feito a respeito, mas até o momento não há respostas. O espaço segue aberto para possíveis manifestações.

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