A invasão de terras produtivas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi repreendida nesta terça feira (18/4) por Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele negou qualquer relação com o ocorrido e desconversou quando questionado sobre o impacto desses casos na relação com a bancada do agronegócio.
“O governo não tem qualquer relação com isso, mas eu condeno veementemente qualquer invasão de terras produtivas. Não é a melhor forma de lutar por qualquer coisa. Condeno qualquer atitude que possa atrapalhar a produção. Existem outros instrumentos para as bandeiras que possam ser levantadas, para a conquista desse interesse”, disse Padilha, durante passagem pela Câmara dos Deputados.
No contexto do chamado “abril vermelho“, o MST intensificou sua agenda em defesa da reforma agrária e invadiu pelo menos nove fazendas e sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em sete estados. Esse movimento é usado pela oposição para gerar frentes de desgaste para o governo Lula.
O deputado bolsonarista Evair Vieira de Melo (PP-ES) chegou a encaminhar ofícios pedindo a prisão de João Pedro Stedile, líder do MST. Ele esteve com Lula na visita do presidente à China. Lá, ele chegou a afirmar que as invasões continuarão, não somente em abril.
As invasões começaram no sábado (15/4), quando o movimento ocupou a área de oito fazendas em Pernambuco. Em nota, o MST alegou que as fazendas são latifúndios improdutivos. Uma das fazendas invadidas em Petrolina (PE) pertence à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Após a invasão, o órgão federal divulgou comunicado afirmando que a invasão aconteceu em terras agriculturáveis e de preservação da caatinga, onde são realizados experimentos e multiplicação de material genético de sementes e mudas de plantas.