O presidente da França, Emmanuel Macron, reforçou a necessidade de alterações no acordo comercial a ser firmado entre Mercosul e União Europeia (UE). As negociações duram mais de 20 anos e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deseja celebrar logo o tratado.
“Fazemos acordos comerciais hoje como fazíamos há 20 anos? Estamos só fazendo pequenas alterações. Somos loucos de continuar com essa lógica. Esses acordos são um freio do que estamos fazendo para baixar o carbono e melhorar a biodiversidade”, disse, nesta quinta-feira (28/3), no Palácio do Planalto.
“Nosso papel é esperar acordos novos, coerentes com as agendas do Rio e Belém. Digamos não para acordos comerciais que nos fazem dar marcha ré”, acrescentou. Macron é o principal opositor ao acordo dentro da União Europeia.
Tanto Macron quanto Lula ressaltaram não ser um problema de relação entre os dois países, mas sim ser uma questão a ser resolvida entre dois blocos.
“O presidente Lula teve razão de lembrar as ações desse acordo. Não é bilateral, são várias discussões. Não é um problema entre Brasil e França. Eu tomei uma decisão que não tem nada a ver com a relação bilateral”, falou o presidente francês.
Lula defendeu que “o Brasil não está negociando com a França, o Mercosul está negociando com a UE, é um acordo comercial de dois conjuntos de países”.
“Estou muito tranquilo, confesso que o acordo proposto agora é muito mais promissor de assinar do que o outro. Acho normal que Macron tenha direito de ser contra a proposta. Essa briga é da UE e a minha fica com o Mercosul”, afirmou.