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Quase 90 mil alunos pediram para deixar ensino integral, modelo em SP

São Paulo — Quase 90 mil alunos de escolas de ensino integral da rede estadual de São Paulo pediram transferência para turmas de jornada parcial entre 2022 e o primeiro semestre deste ano. A necessidade de trabalhar é um dos principais motivos que levam os estudantes a desistirem da carga ampliada de estudos.

O dado faz parte de um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que analisou a implementação de escolas públicas em tempo integral em São Paulo, consideradas modelo de ensino. Segundo o documento, 89.413 estudantes solicitaram a mudança de jornada.

Atualmente, mais de 965 mil alunos estão matriculados em turmas que seguem o formato integral, segundo os dados do TCE. Defendido por especialistas em educação, o modelo é apontado como uma forma de fortalecer o ensino no Brasil e oferecer um tempo maior de aprendizagem aos alunos.

Cláudia Costin, presidente do Instituto Singularidades e ex-diretora global de Educação do Banco Mundial, explica que experiências nacionais e internacionais mostram que a ampliação da carga horária é benéfica para os alunos.

“Pernambuco, Paraíba, Espírito Santo, que avançaram mais em direção ao ensino integral, têm uma evasão muito menor no Ensino Médio do que boa parte dos estados brasileiros”, diz a especialista.

Para ela, o número de transferências apontado no relatório do TCE não indica necessariamente um problema no modelo, já que representa menos de 10% dos alunos matriculados neste formato.

“Não creio que seja pela inadequação da escola em tempo integral. É por conta de uma mudança de hábitos de uma escola que era inadequada, mas era a que a gente estava acostumado, com só 4 ou 5 horas de aula, e que agora passa a ocupar uma parte mais importante do dia do aluno”, afirma Cláudia.

A especialista cita a inserção dos adolescentes no mercado de trabalho como outro fator que provoca a mudança dos estudantes de escolas.

A adoção de uma carga horária mais extensa nas escolas estaduais de São Paulo ganhou força nos últimos anos com o incentivo da gestão do ex-governador João Doria (sem partido). Entre 2018 e 2023, o número de colégios estaduais com jornadas de 7 horas ou mais saltou de 364 para 2.312 unidades.

Ao assumir a Secretaria da Educação no início do ano, o secretário Renato Feder afirmou que não pretendia investir na expansão das escolas integrais no estado num primeiro momento para melhorar a qualidade das unidades já existentes.

Em nota ao Metrópoles, a secretaria disse que está promovendo um estudo para qualificar a expansão dessas escolas, “de forma que todos os alunos matriculados nesse modelo tenham um atendimento mais equitativo e que o crescimento da rede seja feito de forma sustentável e com a infraestrutura adequada ao ensino”.

A pasta administrada por Feder afirma que as transferências entre escolas são motivadas por múltiplos fatores e que “as redes trabalham para reduzir sua incidência garantindo a oferta de vagas em múltiplos horários”.

A expansão do formato está entre as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê oferecer educação em tempo integral em no mínimo 50% das escolas públicas até 2024.

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