A carreira do jogador de futebol é curta. E quando ela chega ao fim, alguns optam por seguir no futebol e ocupam cargos administrativos em clubes ou estudam para virar treinadores, enquanto outros escolhem investir no ramo empresarial. Mas há também aqueles que resolvem se arriscar na política.
Com a proximidade das eleições de domingo (2), o CORREIO relembra jogadores que saíram dos gramados, mas não deixaram os holofotes de lado e se tornaram políticos. Além de campeões na história do futebol mundial, há também um ídolo do Bahia que hoje ocupa cargo no legislativo estadual.
1. Romário
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Ídolo do Vasco e do futebol brasileiro, Romário é um dos casos mais representativos de jogadores que entraram na política. O Baixinho deixou os gramados em 2009 e no mesmo ano deu início a sua nova caminhada. Ele se filiou ao PSB e concorreu em 2010 a deputado estadual pelo Rio de Janeiro, onde foi o 6º mais votado, com 146 mil votos.
No pleito de 2014, ele se lançou ao cargo de senador e se elegeu pelo estado do Rio, agora com 4,6 milhões de votos. Mais quatro anos se passaram e o ex-atacante tentou se eleger governador do Rio de Janeiro, já pelo Podemos, partido para o qual havia migrado em 2017. Entretanto, somou pouco mais de 8% dos votos.
Hoje Romário é filiado ao PL e tenta renovar seu mandato de senador por mais oito anos. De acordo com a pesquisa Datafolha da última quinta-feira (29), ele é o favorito, com 37% das intenções de voto.
Em 2015, Romário concedeu uma entrevista para a revista Veja na qual afirmou que tem o desejo de ocupar um cargo do Executivo no Rio, seja como governador do estado ou prefeito da capital.
2. Bebeto
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Impossível falar de Romário e não lembrar da eterna dupla de ataque do tetra com Bebeto. Coincidentemente, os dois acabaram tendo rumos parecidos na vida de ex-jogador.
Bebeto também começou na política como deputado estadual pelo Rio de Janeiro eleito nas eleições de 2010. Em seguida, ao contrário do Baixinho, não tentou o Senado e já foi reeleito deputado por mais duas legislaturas, em 2014 e em 2018.
Nestas eleições, Bebeto tenta o cargo de deputado federal. Filiado ao PSD, o ex-jogador do Vitória quer assumir o posto pelos próximos quatro anos.
3. Bobô
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Campeão brasileiro com o Bahia em 1988, Bobô é considerado um dos maiores ídolos do clube. Aposentado desde o fim da década de 1990, o ex-jogador teve uma breve passagem como treinador de futebol em 2002 e 2003, sendo campeão da Copa do Nordeste no próprio Bahia, e a partir de 2007 começou a se envolver na política partidária. Na época, Bobô assumiu a direção geral da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), onde permaneceu até 2014.
Naquele ano, o eterno camisa 8 tricolor se candidatou a deputado estadual pelo PCdoB e foi eleito com 27 mil votos. Nas eleições seguintes, em 2018, seguiu como deputado estadual e recebeu 57 mil votos. Ele concorre para o mesmo cargo na eleição de 2022.
4. Marcone
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Tricampeão baiano e bicampeão da Copa do Nordeste, Marcone Amaral foi um zagueiro revelado pelas categorias de base do Vitória no fim da década de 1990. Criado em Itajuípe, no Sul da Bahia, Marcone chegou à Toca do Leão em 1997, quando conquistou seu primeiro título estadual. No ano seguinte, seguiu por empréstimo para o Venezia, da Itália, e depois atuou no Bellinzona, da Suíça. Sua carreira internacional ainda o levou a atuar no Catar, nos anos 2000, onde fez tanto sucesso que foi convidado a se naturalizar para jogar pela seleção nacional.
A atuação na política começou há pouco tempo, comparado com os outros integrantes da lista até aqui. Após sair do Al-Shamal, do Catar, Marcone voltou às suas origens no interior da Bahia. Ele foi eleito prefeito de Itajuípe em 2016 com 52% dos votos, pelo PSD, partido ao qual é filiado até hoje.
Em 2020, foi reeleito para o cargo no executivo com 56,84% dos votos no município que tem 21 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE. Mas os planos de permanecer até 2024 foram interrompidos quando Marcone resolveu se candidatar a deputado estadual nas eleições deste ano. Por isso, seu vice, Léo da Capoeira, assumiu a prefeitura.
5. Washington ‘Coração Valente’
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Campeão brasileiro de 2010 com o Fluminense, Washington ‘Coração Valente’ foi um dos nomes mais relevantes do futebol brasileiro na primeira década do século XXI. O centroavante, além do tricolor carioca, jogou pelo Atlhetico Paranaense, São Paulo, Fernerbaçe, da Turquia, e Urawa Red Diamonds, do Japão. Mas além de ter rodado por diversos clubes como jogador, Washington também tem uma vida movimentada na política.
Tudo começou em 2012, após sua aposentadoria dos gramados, quando foi eleito o vereador mais votado em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Seu próximo cargo só foi conquistado em 2018, quando entrou como suplente de Onyx Lorenzoni para deputado federal no mesmo estado. Ele chegou a assumir o posto de titular quando Lorenzoni saiu para fazer parte da equipe de ministros do governo de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019.
Mas Washington permaneceu na vaga só até abril do mesmo ano, quando assumiu como secretário nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social no Ministério da Cidadania. Mais uma vez ficou no cargo por pouco tempo, porque em novembro ele aceitou o convite da CBF para ser o diretor de Desenvolvimento do Futebol Brasileiro da confederação.
Passaram-se três meses e o ex-atacante foi demitido do posto. Ele foi flagrado mostrando um lance polêmico da partida Caxias x Botafogo, pela Copa do Brasil, a integrantes da comissão técnica do Caxias, o que não foi bem visto pela CBF.
Hoje, após passar um período como comentarista no SBT, Washington concorre a uma vaga como deputado federal pelo estado de Sergipe. Ele é filiado ao PP.
6. Marcelinho Carioca
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A estreia do ‘Pé de Anjo’ na política brasileira aconteceu nas eleições de 2010, quando ele foi eleito suplente no cargo de deputado federal pelo PSB de São Paulo. Mas ao contrário de sua carreira como jogador de futebol, Marcelinho Carioca não é um nome forte dentro da política partidária e acumulou algumas derrotas ao longo do período em que se candidatou.
Três anos depois de ficar no cargo como suplente, Marcelinho trocou o PSB pelo PT e se candidatou a deputado estadual por São Paulo em 2014. Ele chegou a dar uma declaração polêmica na época, de que estava trocando um “time pequeno”, como se referiu ao antigo partido, para um “time grande”, durante uma comissão eleitoral do PT. Recebeu 43 mil votos e não se elegeu.
Para não dizer que não chegou a ocupar o cargo, o ex-jogador foi deputado federal por pouco menos de um mês. Isso aconteceu porque ele entrou na vaga de Márcio França, eleito vice-governador de São Paulo na época, que deixou o cargo por causa do começo de uma nova legislatura.
Em 2016 ele trocou de espectro político e foi a vez do PRB (atual Republicanos) ser o partido do ex-meia, quando ele pretendia ser vereador em São Paulo, mas recebeu apenas 12.602 votos e, mais uma vez, não foi eleito. Filiado ao PSL em 2020, Marcelinho foi mais uma vez derrotado nas urnas quando concorreu para vereador na capital paulista novamente. Ele teve 7 mil votos.
Em 2021 Marcelinho foi nomeado secretário municipal de esporte e lazer de Itaquaquecetuba (SP). Não é candidato nas eleições deste ano.