InícioNotíciasPolíticaUm duro teste para a inteligência política e emocional de Lula

Um duro teste para a inteligência política e emocional de Lula

Derrotada duas vezes seguidas (em 30 de outubro nas urnas e em 8 de janeiro na Esplanada dos Ministérios), a direita quer ganhar no Congresso a eleição presidencial que perdeu no ano passado. Desrespeita a vontade da maioria dos brasileiros.

Se ganhar via impeachment ou simplesmente impedindo que o governo governe, não terá sido por falta de avisos.  Nos últimos dois anos, Lula ficou mais rouco do que já é de tanto advertir para o risco de ser eleito com os braços amarrados.

Alguns exemplos:

“Temos que levar muito a sério o Congresso. Não adianta a gente ficar falando em reforma agrária e depois eleger 2 sem-terra para deputados e 380 membros de uma bancada ruralista. Não adianta ficar falando na reforma trabalhista que a gente quer e depois eleger 2 trabalhadores e 300 empresários.” (3/8/2021)

“Não se coloca uma raposa no galinheiro que ela não vai tomar conta das galinhas, vai comer. Não basta eleger um presidente da República de esquerda. Você tem que eleger um presidente de esquerda e eleger pessoas comprometidas.” (1/9/2021)

“Quero construir um leque de pessoas que ajude esse país, para a gente mudar. Quando a gente ganhar, a gente vai ter que ter maioria no Congresso. Senão a gente vai ter que construir. Nós temos que construir no processo eleitoral.” (10/3/2022)

“Eu fico imaginando se a gente ganhar as eleições e a gente fizer minoria. […] Os partidos deixaram de ser partidos e viraram cooperativas de deputados. […] Eu não sei se a gente vai conseguir, mas temos que tentar construir a ideia de que o povo não pode continuar votando nos mesmos.” (4/4/2022)

“Se a gente não eleger uma maioria de deputados e senadores comprometidos com os discursos que temos, e a gente ganhar as eleições, e o atual presidente da Câmara [Arthur Lira] continuar com o poder imperial […], para que aja como o imperador do Japão …” (12/9/2022)

Lula fez a parte dele ganhando por pouco a eleição presidencial mais comprada desde a redemocratização do país em 1985. Bolsonaro só faltou fazer chover dinheiro do céu. Gastou o que podia gastar, e o que não podia. Acabou perdendo para ele mesmo.

Foi uma eleição com terceiro turno. Em dezembro, ensaiou-se o golpe com a queima de ônibus em Brasília, o ataque ao prédio da Polícia Federal e a bomba fabricada no acampamento à frente do QG do Exército para explodir parte do aeroporto da cidade.

Treinada a tropa, o golpe foi aplicado uma semana depois de Lula tomar posse. Os golpistas esperavam que ele convocasse as Forças Armadas para restabelecer a ordem pública, caindo assim na armadilha. Lula decretou intervenção no Distrito Federal.

O desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre do governo que ainda patina muito segue surpreendendo. O crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto foi o maior para os primeiros meses de um novo governo desde 1999.

Apenas o segundo mandato de Lula e o primeiro de Dilma registraram um crescimento acima de 1% nos primeiros 3 meses: 1,8% (Lula em 2007) e 1,5% (Dilma em 2011). Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o PIB cresceu 4% este ano.

O Congresso não se importa com isso. Quer governar no lugar de Lula. Desta vez não haverá nem mensalão nem petrolão capaz de salvar um governo em apuros. A inteligência política e emocional de Lula passará pelo seu mais duro teste.

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