Problemas de saúde, apelo à memória de Alexandre de Moraes e repúdio à depredação das sedes dos Três Poderes são alguns dos argumentos incluídos nos pedidos de revogação da prisão de pessoas suspeitas de participação dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
No total, 294 suspeitos ainda permanecem detidos. São 86 mulheres e 208 homens. Os pedidos de liberdade são apresentados desde que ocorreram os atos golpistas na capital da República.
Em uma das recentes solicitações de revogação de prisão, o advogado de uma mulher identificada como Simone diz que ela interagiu pessoalmente com o relator do inquérito que investiga os atos antidemocráticos, o ministro Alexandre de Moraes, quando ele visitou a Penitenciária Feminina do DF, no último dia 6 de março.
“Só para fazer uma referência, a custodiada foi a que pegou na mão do eminente ministro Alexandre de Moraes, na ocasião em que visitou o presídio feminino, lhe entregando uma mensagem de Deus”, diz trecho do pedido apresentado ao STF.
O advogado de Simone alegou que ela entrou nas dependências da Praça dos Três Poderes “para fugir das bombas de efeito moral”. “Não depredou nem compactuou com a destruição”, argumentou.
“Inocentes úteis”Um morador de Águas Claras chamado Gilvã foi preso, em flagrante, por suspeita de cometer crimes contra a democracia. Ele alegou que tem “reputação ilibadíssima” e não participou da “balbúrdia” na Esplanada dos Ministérios.
No pedido de revogação da prisão, afirmou que estava entre os “inocentes úteis” que integraram “manifestações de teor pacífico e restritas somente a amenos descontentamentos políticos”.
“Os manifestantes que lá estavam se dividiram – como se pôde ver depois – em dois grupos: um de maliciosos meliantes sem escrúpulos que depredaram bens públicos e destilaram ódio; outro, de inocentes úteis que, apesar de manifestarem-se pacificamente e longe dos primeiros, foram detidos como aqueles meliantes”, declarou.
Plano de explodir prédiosUm morador do DF, preso na Estrutural quando estava chegando em casa após participar do ato contra Lula (PT) na Esplanada dos Ministérios, é investigado por arquitetar plano para “queimar diversos veículos na Esplanada dos Ministérios” e adquirir carro para “transformar a Esplanada em praça de guerra”, segundo eles mesmo contextualizou no pedido de liberdade.
Armando afirmou que informou à polícia nomes e disse tudo que era dito no acampamento em frente ao QG do Exército, onde se concentravam os extremistas. Por meio da defesa, ele alegou que ele não tem dinheiro para realizar compra de carros para “explodir prédios públicos”.
“Insta salientar que o requerente, em seu depoimento, disse que não estava depredando nenhum patrimônio, apenas, de forma ordeira, participou das manifestações, inclusive, há filmagens no celular apreendido que comprova que o requerente juntamente com a sua namorada estavam pacificamente marchando para a Esplanada dos Ministérios”, diz trecho do pedido para concessão de liberdade provisória.
SaúdePor meio da Defensoria Pública da União (DPU), Gisele, uma professora de 46 anos oriunda de Palmeira (PR) tenta deixar a prisão. No habeas corpus apresentado pela DPU, os defensores públicos federais alegam que não há qualquer prova de que ela “faz parte do núcleo de executores materiais dos delitos” de 8 de janeiro.
“Ora, a paciente não pode permanecer presa por conta de meras suposições das autoridades públicas. Além disso, não há qualquer risco concreto de reiteração das mobilizações ou risco gerado pela liberdade da paciente, uma vez que ela não possui qualquer tipo de liderança no movimento”, afirmaram.
Gisele é réu primária, tem bons antecedentes, tem endereço fixo, é mãe de um menino de 12 anos e tem diagnóstico, desde 2009, de transtorno de ansiedade generalizada e depressão grave, o que exige assistência médica e uso de medicação contínua, segundo a DPU.
Manifestantes golpistas invadem e destroem o Congresso nacional
Manifestantes bolsonaristas terrorismo enfrentam a polícia, invadem e destroem o Congresso nacional 3
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Manifestantes golpistas invadem e destroem o STF
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Medidas cautelaresEm 9 de janeiro, a Polícia Federal (PF) prendeu em flagrante 2.151 pessoas que haviam participado dos atos e estavam acampadas diante do Quartel-General do Exército, em Brasília.
Na última quinta-feira (16/3), Moraes liberou mais 129 denunciados. Com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), foram aplicadas medidas cautelares a acusados por crimes como incitação ao crime e associação criminosa.
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Ministro Alexandre de Moraes liberou 130 presos nessa segunda-feira (14/3)Breno Esaki/Metrópoles
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Presos foram levados para Centro de Monitoramento Eletrônico, onde receberão tornozeleiras eletrônicasBreno Esaki/Metrópoles
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Todos serão monitorados eletronicamente durante 24 horasBreno Esaki/Metrópoles
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Investigados poderão responder em liberdade, mediante cumprimento de uma série de medidasBreno Esaki/Metrópoles
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Grupo foi preso em 9 de janeiro de 2023, um dia após os atos terroristas cometidos contra as sedes dos Três PoderesBreno Esaki/Metrópoles
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Os investigados estão proibidos de sair de casa no período noturno e nos fins de semanaBreno Esaki/Metrópoles
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Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou recolhimento de passaportes dos acusadosBreno Esaki/Metrópoles
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Eles também estão proibidos de usar as redes sociais e de se comunicar uns com os outrosBreno Esaki/Metrópoles
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Decisão também anula qualquer autorização de porte ou posse de arma de fogo em favor dos investigadosBreno Esaki/Metrópoles
O ministro considerou que eles já foram denunciados e não representam mais risco processual ou à sociedade neste momento, podendo responder ao processo em liberdade.