São Paulo – A nomeação da nova secretária de Segurança Pública de Santos, nesta semana, levou a uma troca de farpas entre pré-candidaturas à Prefeitura santista, no litoral sul do estado, na disputa para conquistar o eleitorado bolsonarista.

O prefeito Rogério Santos (Republicanos) anunciou, na terça-feira (25/6), a delegada Raquel Gallinati como secretária municipal de Segurança da cidade, na Baixada Santista. Em vídeo de apresentação nas redes sociais, Rogério frisou se tratar de “uma boa parceria, mais uma com o nosso governador Tarcísio de Freitas“.

Filiada ao PL, mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, a delegada chegou a ser cotada por integrantes de seu partido para a vice do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na capital paulista.

No entanto, o anúncio de uma correligionária do ex-presidente para comandar uma pasta na área da Segurança, tema caro à direita, levou o PL a enxergar na escolha de Rogério, que disputa a reeleição este ano, um aceno ao eleitor bolsonarista.

No mesmo dia em que Gallinati tomou posse como secretária, a direção estadual do PL se apressou em divulgar uma nota reafirmando apoio à pré-candidatura da deputada federal Rosana Valle à Prefeitura santista. Principal adversária de Rogério Santos, ela lidera as pesquisas eleitorais mais recentes com larga vantagem.

Sem citar nomes, O PL paulista disse que ter filiados em cargos comissionados na administração municipal não representa apoio do partido à gestão de Rogério.

“À luz da verdade, informamos que qualquer filiado ou filiada do Partido Liberal que venha ocupar emprego ou cargo comissionado na Prefeitura de Santos (ou qualquer outra administração em que o partido seja oposição) não se dá por indicação do PL e nem representa qualquer vínculo da nossa legenda com essa gestão ou qualquer outra, que nesse pleito eleitoral seja nosso adversário político”, diz texto do PL paulista.

Parte da cúpula do PL enxergou como provocação a menção de Rogério a Tarcísio, seu correligionário, já que o governador tem se esquivado de manifestar apoio tanto ao atual prefeito quanto a Rosana Valle.

O partido também chamou de fake news “quaisquer informações não condizentes com os esclarecimentos”. Ao Metrópoles, Gallinati minimizou a nota do PL.

“Não considero um recado direcionado a mim”, afirmou a delegada. “Em momento algum houve fala minha considerada desinformação”, disse.

À reportagem, ela declarou que todo o processo foi transparente e que seu partido tinha ciência do convite. Para se licenciar da Polícia Civil e assumir como secretária em Santos, inclusive, precisou que seu afastamento fosse autorizado pelo governo Tarcísio.

O afastamento foi publicado no Diário Oficial de segunda (24/6), um dia antes de sua posse como secretaria. “Todos ficaram cientes. Não faço nada às escuras”, declarou.

“Fui convidada por ter estudos, como delegada, na área de Segurança Pública”, disse. “Existem névoas sendo colocadas e não é meu propósito focar nisso. Não vou me preocupar com políticas e conchavos”, acrescentou.

Com família residente na Baixada Santista, ela afirmou ter vivido boa parte da vida na cidade e que, por isso, possui um vínculo e bastante conhecimento sobre a área. Na tarde desta sexta-feira, ela anunciará suas primeiras ações enquanto secretária da cidade.