E a treta entre a TV Globo e o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão (Sated-RJ) segue firme. Após ser anunciado que Gil do Vigor vai ganhar um papel em Família é Tudo, o órgão resolver tomar uma atitude drástica.
Em um bate-papo exclusivo com a Coluna Fábia Oliveira, o presidente da instituição, Hugo Gross soltou o verbo contra o desrespeito constante da emissora dos Marinho e contou que vai procurar o Ministério Público para registrar uma queixa formal.
Logo de cara, o ator comentou o “jeitinho” que a empresa deu para burlar as leis sindicais, a lei do registro. De acordo com o portal Terra, para escapar, os responsáveis vão colocar o ex-BBB e economista como ele mesmo na trama, mas com o nome de Gil do Veneno. Na novela, ele vai ser um fofoqueiro que, com seu programa, vai causar um auê entre os personagens Andrômeda (Ramile), Sheila (Marianna Armelline) e Chicão (Gabriel Godoy).
“A gente não vai deixar isso acontecer [burlar a fiscalização]. Tenho certeza de que não é um grupo de liderança e, sim, aquelas pessoas que perseguem, que acham que tem o podem contratar quem quiserem, sem respeitar qualquer tipo de ator”, disparou ele, antes de completar:
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Gil do Vigor comemorou a renovação de seu contrato com a TV Globo
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Gil do Vigor
Foto: Marcos Duarte/Divulgação
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Gil do Vigor relembra quando se assumiu gay: “Medo de me atacarem”
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Gil do Vigor
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Gil do Vigor é ex-BBB
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E faz PhD em economia, no exterior
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E apresenta o quadro Tô Lascado, no Mais Você, de Ana Maria Braga
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Gil do Vigor defendeu a irmã
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Sindicato reage após TV Globo escalar Gil do Vigor para Família é Tudo
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Gil do Vigor
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Gil do Vigor é ex-BBB
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“É aquela história que eu sempre falo: a célula mais importante que tem são os artistas. Então, essa não respeitabilidade a nomes como Carlos Vereza e Fernanda Montenegro tem que acabar. Esse moço [Gil do Vigor], está fazendo uma produção que tem direção, tem todo tipo de pessoas e que tem que ser pedida autorização. E chega um momento que a gente já está cansado porque eles querem burlar sempre”, reclamou.
Em seguida, Hugo Gross “deu nome aos bois”: “Um bando de gente está desempregado passando necessidade. E a TV Globo não está preocupada com isso. E, na verdade, eu não acho que seja a TV Globo. Acho que é um nicho de pessoas e os cabeças lá que eu soube são o José Vila Marin e Francisco Acioli, diretores de elenco, que ficam lutando pra colocar esses influencers, achando que isso vai ter um feedback positivo, vão ter Ibope. E a gente vem notando que não tem ibope, que a audiência e a qualidade vêm caindo. Então, isso tem que ser revisto, sim, pela alta cúpula da TV Globo pra eles poderem ter a respeitabilidade”, analisou.
E continuou: “Eu não posso acreditar que é a alta cúpula. Porque, antigamente era o Boni que respeitava a categoria. Eles não respeitam isso. Eles sabem perseguir atores quando eles não gostam e ficam ludibriando as pessoas. Mas quando é para se cumprir a lei, eles não querem fazer”, queixou-se.
No fim, o presidente do Sated-RJ contou quais medidas serão tomadas a partir de agora: “A gente vai juntar todas as extras-judiciais que a gente fez e fazer um TAC, que é um termo de ajustamento de conduta. Porque a gente tem uma CCT [Convenção Coletiva de Trabalho] que é desrespeitada. O Sated vai acabar fazendo isso, botando no Ministério Público, como empresa. Tem que se respeitar, sim, chega disso”, afirmou.
Mesma questão com MV Bill O rapper MV Bill é um dos nomes no elenco de Volta por Cima, próxima novela das sete da Globo, que já está em fase de preparação. Escrito pela autora Claudia Souto, o folhetim tem estreia prevista para setembro. Acontece que um velho problema nas obras da emissora voltou a atormentar o Sindicato dos Artistas do Rio: a falta de DRT de artistas.
A coluna Fábia Oliveira descobriu que MV Bill não tem o famoso registro profissional para atuar na novela da Globo. Nem mesmo uma autorização especial, que pode ser pedida pela emissora ao Sindicato dos Artistas, foi solicitada.
À coluna, o presidente do sindicato, Hugo Gross, contou que já notificou a TV Globo. Segundo ele, o rapper já fez outros trabalhos, no passado, sem o registro.
“MV Bill não tem autorização pedida, até o momento, para a novela Volta Por cima. Já notifiquei a TV Globo para que ela faça o pedido – porque eu já sabia que ele ia fazer a novela – ele esteve comigo, eu não dei o registro pra ele, ele fez muita coisa sem registro, sem pedido na outra gestão que estava aqui como presidente. Eu não posso falar sobre a antiga gestão, eu tenho que falar sobre essa, que a gente luta pela respeitabilidade do trabalhador da arte, do artista”, disse ele.
Gross reforçou que não tem nada contra MV Bill e criticou a Globo. “Nada contra ele, pelo contrário, eu admiro, gosto muito dele, mas ele não tem o registro de ator. E a TV Globo vem sempre burlando tanto direito autoral, tanto reexibição e agora, de novo, querendo escalar quem não tem registro, querendo escalar sempre quem tem número de seguidores. Isso tem que acabar”, disparou.
Ele continuou: “A lei é clara. A lei possibilita você, através de uma autorização especial, a exercer uma função num produto. Faça cumprir a lei. É só isso que o Sated quer (…) Já notifiquei a TV Globo e estou esperando ela me dar uma resposta do que ela vai fazer”, falou.
O presidente do Sindicato dos Artistas do Rio, Hugo Gross, também falou sobre a Globo estar mais preocupada em número de seguidores dos convidados para o elenco de suas produções, do que com o talento dessas pessoas. Ele ainda mencionou as críticas do público com as atuações de Jade Picon, que esteve em Travessia, e de Rafa Kalimann, atualmente em Família É Tudo.
“Infelizmente, a gente tem que entrar com ações e dar notoriedade a isso, a falta de respeito que a TV Globo vem sempre tendo com as células que mais trazem benefícios e lucros que é o artista, o ator. Ela quer número, ela não quer qualidade. Ela quer seguidores, não quer talento, não quer o entendimento textual. Você está vendo aí Rafa Kalimann sendo detonada, Jade Picon…”, disse ele.
E encerrou: “É uma pena, triste ver uma grande emissora que quem trouxe os maiores lucros, que faz o faturamento dela ter R$ 15 bilhões por ano são os artistas e ela desdenha dessa classe”.