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Apple Watch salva vidas? Entenda como as techs investem no nicho de saúde

Há poucos dias uma postagem foi alçada aos trending topics do X (antigo Twitter) com um usuário relatando que o Apple Watch Series 10 que foi dado a sua avó teria salvado a vida dela ao detectar uma fibrilação atrial – um tipo específico de arritmia cardíaca que pode causar problemas graves e fatais, como Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) e embolia pulmonar.

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O relato de que o Apple Watch salvou uma vida não é novidade. Ainda em 2023 um usuário do LinkedIN publicou um relato análogo, de que sua avó de 82 anos utilizou a funcionalidade do ECG para perceber que estava com seus parâmetros alterados.

“Descobrimos que ela havia tido um derrame no pulmão por conta da arritmia cardíaca e, por isso, estava com a saturação super baixa. Ela ficou internada por alguns dias, mas se recuperou. Se não fosse pelo Apple Watch, não teríamos descoberto a arritmia a tempo e nem descoberto que a saturação estava baixa. Hoje, depois do tratamento, o resultado dos ECG voltaram para a normalidade”, conta em sua publicação.

Em outras ocasiões, o aparelho – que custa pouco mais de R$ 3 mil no Brasil – também se mostrou útil, como no caso de um mergulhador de New South Wales, Austrália, usou seu Apple Watch para chamar ajuda após ser levado pela correnteza marítima.

Arthur Igreja, especialista tecnologia em inovação, comenta que os ‘wearebles’ são extremamente úteis nesse contexto e que a tendência é que ganhem cada vez mais relevância. Assim, o nicho de saúde deve ser mais visado dentro de companhias do setor.

“Acho que é uma tendência, vamos nesse caminho. Tudo começou há pouco tempo com o monitoramento cardíaco mas sem grau de precisão grande. Agora temos uma precisão maior, seja pra diagnostico, seja para enviar um exame quase que em tempo real. Tivemos caso de gente que bateu o carro e o iPhone comunicou, tivemos o caso de uma pessoa que desmaiou na trilha e o Apple Watch detectou pelo acelerômetro. Os wearebles trilham cada vez mais esse caminho”, explica.

Techs dentro da saúde

Esse tipo de acontecimento tem correlação direta com um um olhar diferente que a indústria de tecnologia tem dado para o segmento de saúde, que anteriormente era muito superficial e ganhava pouca atenção dentro dos escritórios das big techs.

Em meados de 2018 a Apple chegou a ensaiar abrir uma clínica de saúde para os funcionários, projeto que patinou. Em outras tentativas, a companhia chegou a mirar parcerias para compra de remédios mais baratos e atendimentos prioritários.

O próprio o CEO da Apple, Tim Cook, já deu declarações em conferências oficiais da companhia sinalizando uma toada da companhia dentro do segmento – como quando antecipou, em 2021, “funções incríveis de saúde” nas gerações seguintes do Apple Watch.

Em uma entrevista à CNBC quando o Apple Watch ainda estava nos seus primórdios, o CEO da Apple declarou: “Sabe, o relógio tem sido uma iniciativa incrível para saúde, bem-estar e condição física. Eu perdi quase 14kg graças ao meu Watch”.

Igreja comenta que, com esse fenômeno, além de modernização de saúde, companhias de tecnologia que já trabalham com gadgets (aprelhos) usuais devem olhar para esse tipo de funcionalidade com mais carinho. No caso das companhias que já estão no nicho, os avanços são ainda mais claros.

“Recentemente compareci a uma feira conhecida em Berlim, a IFA, que tem a presença de gigantes como Samsung, LG e outras, e eu vi um device de uma companhia que só trabalhava com tecnologia para saúde que era basicamente um estetoscópio. Você tinha um diagnóstico pulmonar com um gadget extremamente pequeno que bastava você o aproximar do peito”.

Impacto social

Além dos problemas crônicos de saúde, aparelhos conectados ao celular têm funcionado como forma de solucionar problemas banais e, até pouco tempo, inevitáveis.

Na última atualização do Airpods Pro 2 – com custo de pouco menos de R$ 2 mil – foram inseridas funções de audiometria, fazendo com que durante uma chamada de voz as frequências sejam compensadas.

“Determinadas frequências na faixa da voz são determinantes para você ouvir. Você tem a exclusão social dos idosos por esse fator, a pessoa precisa perguntar o tempo inteiro o que você disse. Tivemos o caso de uma menina gravando e comparando um diálogo com e sem os Airpods com seu avô e vimos que somente no diálogo com o gadget ele conseguia ouvir ela perfeitamente”, comenta Igreja.

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