Desde que o TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) absolveu o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) no caso de possível abuso de poder econômico nas eleições de 2022, o presidente Lula (PT) demonstrava certa hesitação ao abordar o episódio.
Está decidido que o PT, assim como o PL de Jair Bolsonaro, vai recorrer da decisão da Corte, mas o presidente Lula chegou a instruir membros da sigla no Paraná a “deixar Moro para lá”.
O receio de Lula é que, com a cassação determinada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o Estado possa eleger um senador mais alinhado à direita e ao bolsonarismo. E as chances disso acontecer são grandes.
Isso porque o favorito para vencer uma eventual eleição suplementar no Paraná é o ex-deputado Paulo Martins (PL), que ficou em segundo lugar em 2022. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, já assegurou que ele será o candidato, mesmo com Michelle Bolsonaro emergindo como uma forte concorrente.
Na perspectiva do governo, o mandato de Moro é considerado discreto e sem grandes contratempos para Lula. Portanto, seria mais vantajoso manter Moro como senador do que colocar um bolsonarista performático em seu lugar.
Apesar disso, o PT irá recorrer e lançará na disputa no Paraná um dos deputados, Gleisi Hoffmann ou Zeca Dirceu. Os dois provavelmente passarão por uma espécie de “prévia” caso Moro seja de fato cassado pelo TSE.