María Corina Machado, principal opositora de Nicolás Maduro na Venezuela, denunciou, neste sábado (9/3), o sequestro de um dos seus diretores de campanha. As eleições no país estão marcadas para julho, mas a opositora do presidente é considerada inelegível.
“Denuncio aos venezuelanos e ao mundo que o regime de Nicolás Maduro sequestrou o nosso diretor do Comando de Campanha do Estado de Barinas, Emill Brandt, poucas horas após eu ter percorrido o estado”, escreveu María Corina no X (antigo Twitter), em uma carta aberta chamada de “alerta mundial”.
Segundo ela, outros três chefes de campanha dela foram sequestrados nos últimos 47 dias e “estão presos em El Helicoide, o maior centro de tortura da América Latina”.
“Essa ação é mais uma violação do já desrespeitado Acordo de Barbados e mostra que Maduro optou por continuar ‘pelo caminho mais difícil’”, disse.
“Exigimos uma forte reação de todos os atores nacionais e internacionais que apoiam uma verdadeira eleição presidencial na Venezuela. Continuaremos a viajar por todo o nosso país para ganhar cada vez mais força e organização cidadã para alcançar a vitória eleitoral este ano”, afirmou.
Embate com Lula Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu para que não se questionasse a lisura das eleições na Venezuela antes do pleito acontecer de fato. O chefe do Executivo relembrou de quando esteve impedido de concorrer à disputa de 2018. “Em vez de ficar chorando, indiquei outro candidato“, declarou.
María Corina repostou o vídeo do petista no X e perguntou: “Eu chorando? Diz isso porque sou mulher? Não me conhece. Estou lutando para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas primárias e os milhões com direito de fazê-lo nas eleições presidenciais livres, onde derrotarei Maduro”.
“Está validando os ultrajes de um autocrata que viola a Constituição e o Acordo de Barbados que você diz apoiar. A única verdade é que Maduro tem medo de me confrontar porque sabe que o povo venezuelano está hoje nas ruas comigo”, rebateu a opositora.
Inelegível María Corina foi proibida em 2021 de ocupar cargos públicos no país pelos próximos 15 anos. Apesar disso, ela tem feito campanha e recebeu aprovação da população nas primárias para enfrentar Maduro.
Segundo ela, o atual presidente venezuelano e seus aliados conspiram para impedir a candidatura dela.